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O Sangue do Olimpo - CAP. IV

.. terça-feira, 14 de outubro de 2014
IV
JASON

E ESTAVA INDO TUDO MUITO bem, até ele ser apunhalado.
Jason desenhou um grande arco com sua espada, vaporizando os
pretendentes mais próximos, depois pulou para cima da mesa e dali
saltou sobre a cabeça de Antínoo. Em pleno ar, desejou que sua espada
se transformasse em uma lança, um truque que nunca havia tentado com
aquela arma mas que por algum motivo ele sabia que iria funcionar.
Caiu de pé com um pilum de quase dois metros de comprimento nas
mãos. Quando Antínoo se virou para enfrentá-lo, Jason enfiou a ponta de
ouro imperial no peito do ghoul.
Antínoo olhou para baixo sem poder acreditar.
— Você…
— Divirta-se nos Campos de Punição.
Quando Jason puxou o pilum, Antínoo se desfez em terra. Jason então
continuou a lutar, girando sua lança, fazendo-a atravessar fantasmas,
derrubando ghouls.
Do outro lado do pátio, Annabeth lutava como um demônio. Sua
espada de osso de drakon cortava e derrubava qualquer pretendente
burro o bastante para enfrentá-la.
Perto da fonte de areia, Piper também havia sacado sua espada, a
lâmina denteada de bronze celestial que ela roubara do Boreada Zetes.
Ela golpeava e se defendia com a mão direita e de vez em quandoatirava tomates da cornucópia com a esquerda, gritando para os
pretendentes: — Salvem-se! Eu sou perigosa demais!
Isso devia ser exatamente o que eles queriam ouvir, porque todos
saíam correndo para logo depois pararem, confusos, alguns metros
morro abaixo, e voltarem para a luta.
O tirano grego Hípias avançou sobre Piper com sua adaga erguida,
mas ela o acertou em cheio no peito com uma bela carne assada. Ele caiu
de costas na fonte e gritou enquanto se desintegrava.
Uma flecha foi zunindo na direção do rosto de Jason. Ele a desviou
com um sopro de vento, depois atravessou uma linha de ghouls armados
com espadas e percebeu uma dezena de pretendentes se reagrupando
perto da fonte para atacar Annabeth. Ele levantou a lança para o céu. Um
raio ricocheteou da ponta e explodiu os fantasmas em íons, deixando uma
cratera fumegante onde antes ficava a fonte.
Durante os últimos meses, Jason tinha lutado muitas batalhas, mas
havia se esquecido de como era se sentir bem durante o combate. Claro
que ele ainda tinha medo, mas um peso enorme fora tirado de seus
ombros. Pela primeira vez desde que acordara no Arizona sem suas
lembranças, Jason se sentia completo. Ele sabia quem era. Escolhera sua
família, e ela nada tinha a ver com Beryl Grace nem mesmo com Júpiter.
Incluía todos os semideuses que lutavam ao seu lado, romanos e gregos,
amigos novos e velhos. Ele não ia deixar ninguém destruir sua família.
Jason invocou os ventos e arremessou três ghouls encosta abaixo
como se fossem bonecos de pano. Ele perfurou um quarto, depois
desejou que a arma encolhesse e se transformasse outra vez em espada e
golpeou através de outro grupo de espíritos.
De repente, não havia mais inimigos. Os fantasmas remanescentes
começaram a desaparecer sozinhos. Annabeth acertou Asdrúbal, o
cartaginês, e Jason cometeu o erro de embainhar sua espada.Uma dor queimou na base de suas costas, tão forte e gelada que ele
achou que a deusa da neve, Quione, o havia tocado.
Perto de seu ouvido, Michael Varus disse com raiva:
— Nasceu como romano, morra como romano.
A ponta de uma espada de ouro surgia pela frente da camisa de Jason,
logo abaixo de suas costelas.
Jason caiu de joelhos. O grito de Piper parecia soar a quilômetros de
distância. Ele sentiu como se tivesse sido mergulhado em água salgada:
o corpo sem peso, a cabeça balançando.
Piper correu em sua direção. Ele viu como que anestesiado a espada
dela passar por cima de sua cabeça e atravessar a armadura de Michael
Varus com um som metálico.
Uma brisa fria balançou o cabelo de Jason. Pó caiu a sua volta, e um
capacete vazio de legionário rolou sobre as pedras. O semideus do mal
estava acabado, mas tinha deixado uma última impressão antes de partir.
— Jason!
Piper o segurou pelos ombros quando ele começou a tombar para o
lado. Ele soltou um gemido de dor quando ela puxou a espada de suas
costas. Então ela o deitou no chão e apoiou sua cabeça em uma pedra.
Annabeth vinha correndo para perto deles. Ela tinha um corte feio na
lateral do pescoço.
— Pelos deuses. — Annabeth não tirava os olhos da ferida na barriga
de Jason. — Ah, meus deuses.
— Obrigado — disse Jason, com a voz fraca. — Eu estava com medo
de que a coisa fosse feia.
Os braços e pernas dele começaram a formigar enquanto seu corpo
entrava em “modo crise”, concentrando o sangue em seu tronco. A dor
era entorpecente, o que o surpreendeu, mas sua camisa estava ensopada
de sangue. A ferida fumegava. Ele tinha quase certeza de que ferimentos
de espada não soltavam fumaça.— Você vai ficar bem. — Piper pronunciou as palavras como se fosse
uma ordem. Seu tom de voz normalizou a respiração dele. — Annabeth,
ambrosia!
A garota pareceu despertar de seu torpor.
— É. É. Eu tenho.
Annabeth abriu sua bolsa de suprimentos e desembrulhou um pedaço
do alimento dos deuses.
— Precisamos estancar o sangramento.
Piper usou a adaga para cortar um pedaço da barra de seu vestido.
Ela rasgou o tecido e fez ataduras. Jason se perguntou vagamente onde
ela tinha aprendido tanto sobre primeiros socorros. Ela envolveu os
ferimentos nas costas e na barriga de Jason enquanto Annabeth botava
pedacinhos de ambrosia na boca dele.
Os dedos de Annabeth tremiam. Depois de tudo pelo que havia
passado, Jason achava estranho que ela fosse surtar naquele momento,
quando Piper parecia tão calma. Então ele entendeu: Annabeth podia se
dar ao luxo de ficar preocupada com ele. Piper, não. Ela estava
completamente concentrada em salvá-lo.
Annabeth deu outro pedaço de ambrosia para ele comer.
— Jason, eu… eu sinto muito. Pela sua mãe. Mas o jeito como você
lidou com a situação… foi tão corajoso.
Jason tentava não fechar os olhos. Sempre que fazia isso, via o
espírito da mãe se desintegrando.
— Não era ela — disse ele. — Pelo menos, nenhuma parte dela que
eu pudesse salvar. Não havia escolha.
Annabeth respirou fundo, abalada.
— Nenhuma escolha certa, talvez, mas… Um amigo meu, Luke. A
mãe dele… teve um problema parecido. Ele não lidou tão bem com a
situação.A voz dela estava embargada. Jason não conhecia muito do passado
de Annabeth, mas Piper olhou preocupada para ela.
— Já fiz o que podia pelo ferimento — disse Piper. — Mas ainda
está sangrando. E não entendo o porquê da fumaça.
— Ouro imperial — disse Annabeth, com a voz trêmula. — É mortal
para semideuses. É só questão de tempo até que…
— Ele vai ficar bem — insistiu Piper. — Precisamos levá-lo de volta
ao navio.
— Não me sinto tão mal — disse Jason. E era verdade. A ambrosia
tinha clareado seus pensamentos. O calor aos poucos voltava para seus
membros. — Talvez eu possa voar…
Ele se sentou. Sua visão ganhou um tom pálido de verde.
— Ou talvez não…
Piper o segurou pelos ombros quando ele ameaçou tombar.
— Eita, espertinho. Precisamos entrar em contato com o Argo II e
conseguir ajuda.
— Você não me chama de espertinho faz muito tempo.
Piper o beijou na testa.
— Fique comigo que ofendo você quanto quiser.
Annabeth examinou as ruínas. A realidade mágica tinha desaparecido,
deixando apenas paredes destruídas e poços de escavação.
— Podíamos usar os sinalizadores de emergência, mas…
— Não — disse Jason. — Leo iria destruir o cume da montanha com
fogo grego. Talvez se vocês duas me ajudarem, eu consiga andar…
— De jeito nenhum — opôs-se Piper. — Ia levar tempo demais. —
Ela abriu a bolsa presa a seu cinto e tirou de lá um espelhinho. —
Annabeth, você sabe código Morse?
— É claro.
— Leo também. — Piper entregou o espelho a ela. — Ele estará
vendo do navio. Vá até o cume…— E saio piscando para ele! — Annabeth corou. — Não era bem isso
o que eu queria dizer. Mas entendi a ideia.
Ela correu até a extremidade das ruínas.
Piper pegou um frasquinho de néctar e o ofereceu a Jason.
— Aguente firme. Você não vai morrer por causa de uma
apunhaladinha qualquer.
Jason conseguiu dar um leve sorriso.
— Pelo menos dessa vez não foi na cabeça. Fiquei consciente durante
a luta inteira.
— Você derrotou, tipo, uns duzentos inimigos — disse Piper. — Isso
foi assustadoramente fantástico.
— Vocês ajudaram.
— Pode ser, mas… Ei, não durma…
A cabeça de Jason começou a cair para a frente. As rachaduras nas
pedras ficaram mais nítidas.
— Estou um pouco tonto — murmurou ele.
— Tome mais néctar — ordenou Piper. — Está gostoso?
— Está. Está, sim.
Na verdade, o néctar estava com gosto de serragem líquida. Desde a
Casa de Hades, quando ele renunciara à sua pretoria, a ambrosia e o
néctar não tinham mais o gosto de seus pratos favoritos do Acampamento
Júpiter. Era como se a lembrança de sua velha casa não tivesse mais o
poder de curá-lo.
Nasceu como romano, morra como romano, dissera Michael Varus.
Ele olhou para a fumaça que subia do curativo. Tinha coisas piores
com que se preocupar do que perda de sangue. Annabeth estava certa
sobre o ouro imperial. Aquilo era mortal tanto para semideuses quanto
para monstros. A ferida de Varus faria o possível para drenar a força
vital de Jason.Ele já vira um semideus morrer daquela forma antes. Não tinha sido
rápido nem bonito.
Não posso morrer, disse para si mesmo. Meus amigos dependem de
mim.
As palavras de Antínoo ecoavam em seus ouvidos: sobre os gigantes
em Atenas, a viagem impossível que aguardava o Argo II, o caçador
misterioso que Gaia enviara para interceptar a Atena Partenos.
— Reyna, Nico e o treinador Hedge estão em perigo — disse ele. —
Precisamos avisá-los.
— Vamos cuidar disso quando voltarmos para o barco — prometeu
Piper. — O que você tem que fazer agora é descansar. — O tom de voz
dela era leve e confiante, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas. —
Além disso, eles são um grupo cascudo. Vão ficar bem.
Jason torceu para que ela estivesse certa. Reyna havia arriscado
muito para ajudá-los. O treinador Hedge às vezes era chato, mas tinha
sido um protetor leal para toda a tripulação. E Nico… Jason estava
especialmente preocupado com ele.
Piper passou o polegar pela cicatriz no lábio dele.
— Quando a guerra terminar… vai dar tudo certo para Nico. Você já
está ajudando como pode sendo amigo dele.
Jason não sabia bem o que dizer. Ele não havia contado nada a Piper
sobre sua conversa com Nico. Tinha guardado o segredo de Di Angelo.
Mesmo assim… Piper parecia sentir que algo estava errado. Como
filha de Afrodite, talvez ela conseguisse perceber quando alguém estava
sofrendo por amor. Mas ela não tinha forçado Jason a falar sobre o
assunto. Ele gostou disso.
Outra onda de dor; Jason fez uma careta.
— Concentre-se em minha voz. — Piper beijou sua testa. — Pense
em alguma coisa boa. Bolo de aniversário no parque em Roma…
— Aquilo foi bom.— No inverno passado — sugeriu ela —, a guerra de marshmallows
em volta da fogueira.
— Eu venci.
— Você ficou com marshmallows no cabelo por dias!
— Mentira.
A mente de Jason viajou para épocas melhores.
Ele só queria ficar ali, conversando com Piper, segurando a mão dela,
sem se preocupar com gigantes, Gaia ou a loucura de sua mãe.
Jason sabia que eles tinham que voltar direto para o navio. Ele estava
muito mal. Eles tinham a informação que tinham ido buscar. Mas, deitado
ali nas pedras frias, Jason sentiu que eles estavam se esquecendo de
alguma coisa. A história dos pretendentes e da rainha Penélope… seus
pensamentos sobre família… seus sonhos recentes. Tudo isso girava em
sua cabeça. Havia algo mais naquele lugar… alguma coisa que ele não
percebera.
Annabeth voltou mancando da beira da colina.
— Você está ferida? — perguntou Jason a ela.
Annabeth olhou para o tornozelo.
— Tudo bem. Só uma fratura antiga de quando eu estava nas cavernas
romanas. Às vezes, quando estou estressada… Isso não é importante.
Avisei Leo. Frank vai mudar de forma, voar até aqui e levar você de
volta ao navio. Preciso fazer uma maca para mantê-lo estável.
Jason teve uma visão aterrorizante de si mesmo em uma rede
balançando entre as garras de Frank, a águia gigante, mas achou que
aquilo era melhor que morrer.
Annabeth começou a trabalhar. Recolheu restos deixados para trás
pelos pretendentes (um cinto de couro, uma túnica rasgada, tiras de
sandálias, uma manta vermelha e algumas hastes de lança quebradas). As
mãos dela trabalhavam rapidamente com esse material, rasgando,
tecendo, amarrando e trançando.— Como você está fazendo isso? — perguntou Jason, impressionado.
— Aprendi durante minha missão no subterrâneo de Roma. —
Annabeth não tirava os olhos do trabalho. — Nunca tive razão para
aprender tecelagem antes, mas é útil para certas coisas, como escapar de
aranhas…
Ela deu um nó no último pedaço de couro e voilà: uma maca grande o
suficiente para Jason, que podia ser carregada pelas hastes das lanças e
com amarras de segurança no centro.
Piper deu um assovio de aprovação.
— Na próxima vez que eu precisar ajustar um vestido, vou pedir sua
ajuda.
— Cale a boca, McLean — disse Annabeth, mas seus olhos
brilhavam de satisfação. — Agora vamos colocá-lo com cuidado…
— Esperem — interrompeu Jason.
O coração dele batia acelerado. Ver Annabeth tecer o leito
improvisado fizera Jason se lembrar da história de Penélope, que havia
resistido aos avanços dos pretendentes por vinte anos enquanto
aguardava a volta do marido, Odisseu.
— Uma cama — disse Jason. — Havia uma cama especial neste
palácio.
Piper pareceu preocupada.
— Jason, você perdeu muito sangue.
— Não estou delirando — insistiu ele. — O leito nupcial era
sagrado. Se houvesse algum lugar onde você pudesse conversar com
Juno… — Ele respirou fundo e chamou: — Juno!
Silêncio.
Talvez Piper tivesse razão. Ele não estava pensando com clareza.
Então, a cerca de dois metros de distância, o chão rachou. Ramos
abriram caminho através da terra, crescendo a uma velocidade espantosa
até que uma oliveira adulta surgiu no pátio. Sob um dossel de folhasverde-acinzentadas estava uma mulher de vestido branco, com um manto
de pele de cabra jogado sobre os ombros. Na ponta de seu bastão havia
uma flor de lótus branca. A expressão dela era tranquila e nobre.
— Meus heróis — disse a deusa.
— Hera — falou Piper.
— Juno — corrigiu Jason.
— Tanto faz — resmungou Annabeth. — O que está fazendo aqui, Sua
Majestade bovina?
Os olhos de Juno cintilaram perigosamente.
— Annabeth Chase. Simpática como sempre.
— É, bem… — disse Annabeth. — Acabei de voltar do Tártaro,
então minhas maneiras estão um pouco enferrujadas, ainda mais quando
falo com deusas que apagaram a memória do meu namorado, o fizeram
desaparecer por meses e depois…
— Sério, criança. Vai começar com isso outra vez?
— Não era para você estar sofrendo de dupla personalidade? —
perguntou Annabeth. — Quer dizer… mais que o normal?
— Calma — interveio Jason. Ele tinha muitas razões para odiar Juno,
mas havia outros problemas com que se preocupar. — Juno, precisamos
de sua ajuda. Nós…
Jason tentou sentar, mas se arrependeu imediatamente. Suas entranhas
pareciam estar sendo revolvidas por um garfo de espaguete gigante.
Piper impediu que ele caísse.
— Depois pensamos nisso — disse ela. — Jason está ferido. Cure-o!
A deusa franziu as sobrancelhas. Sua forma tremeluziu, vacilante.
— Há coisas que nem os deuses podem curar — disse ela. — Essa
ferida atinge tanto a alma quanto o corpo. Você tem que lutar contra ela,
Jason Grace… Você precisa sobreviver.
— É, valeu — disse ele, com a boca seca. — Estou tentando.— O que quer dizer com isso? A ferida atingiu a alma dele? —
perguntou Piper. — Por que você não pode…
— Meus heróis, temos pouco tempo juntos — disse Juno. — Estou
grata por terem me chamado. Passei semanas em estado de dor e
confusão… meus aspectos grego e romano lutando um contra o outro.
Pior, fui obrigada a me esconder de Júpiter, que está furioso sem razão e
procurando por mim, pois acredita que eu provoquei essa guerra com
Gaia.
— Nossa — disse Annabeth, irônica. — Por que ele acharia isso?
Juno olhou irritada para ela.
— Felizmente este local é sagrado para mim. Ao expulsar aqueles
fantasmas, vocês o purificaram e me deram um momento de clareza.
Poderei conversar com vocês, mesmo que por pouco tempo.
— Por que este lugar é sagrado? — Piper arregalou os olhos. — Ah,
o leito nupcial!
— Leito nupcial? Onde? — perguntou Annabeth. — Não estou vendo
nenhum…
— A cama de Penélope e Odisseu — explicou Piper. — Um dos pés
da cama era o tronco de uma oliveira viva, para que ela nunca pudesse
ser movida.
— É verdade. — Juno passou a mão pelo tronco da oliveira. — Um
leito nupcial imóvel. Que símbolo lindo! Como Penélope, a mais fiel das
esposas, resistindo, dispensando cem pretendentes arrogantes por anos
porque sabia que o marido ia voltar. Odisseu e Penélope… o epítome do
casamento perfeito!
Mesmo atordoado, Jason se lembrava muito bem de histórias sobre
Odisseu se encantando por outras mulheres durante suas viagens, mas
resolveu não tocar no assunto.
— A senhora pode pelo menos nos aconselhar? — perguntou ele. —
Nos dizer o que fazer?— Deem a volta no Peloponeso — respondeu a deusa. — Como já
devem desconfiar, é a única rota possível. Quando estiverem a caminho,
procurem a deusa da vitória em Olímpia. Ela está fora de controle. A
menos que consigam detê-la, as diferenças entre gregos e romanos
jamais serão resolvidas.
— Está falando de Nice? — perguntou Annabeth. — Como assim, ela
está fora de controle?
Um trovão ribombou no céu, fazendo a montanha tremer.
— Explicar ia demorar demais — disse Juno. — Preciso ir antes que
Júpiter me encontre. Quando eu partir, não vou poder ajudar vocês de
novo.
Jason segurou uma resposta atravessada: E quando você ajudou a
gente?
— O que mais precisamos saber? — perguntou ele.
— Como souberam, os gigantes se reuniram em Atenas. Alguns
deuses vão poder ajudar vocês em sua viagem, mas eu não sou a única
olimpiana que não está nas graças de Júpiter. Os gêmeos também são
vítimas de sua ira.
— Ártemis e Apolo? — perguntou Piper. — Por quê?
A imagem de Juno começou a desaparecer.
— Se alcançarem a ilha de Delos, eles podem estar ávidos em ajudá-
los. Estão desesperados o suficiente para tentar o que for para consertar
as coisas. Agora, vão. Talvez tornemos a nos encontrar em Atenas, se
vocês conseguirem chegar lá. Senão…
A deusa desapareceu, ou talvez os olhos de Jason tenham
simplesmente falhado. A dor o tomava por inteiro. Sua cabeça pendeu
para trás. Ele viu uma águia gigante voando em círculos no céu. Então
tudo ficou negro, e Jason não viu mais nada

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