Curta a página oficial do blogger para receber as notificações direto em seu Facebook, além de novidades que serão apenas postadas lá.

Procurando por algo?

2

O Sangue do Olimpo - CAP. LVIII

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Capítulo LVIII - Leo

LEO ESTAVA MORTO.
Ele tinha certeza absoluta. Só não entendia por que doía tanto. Ele sentia como se cada célula de seu corpo tivesse explodido. Agora, sua consciência estava aprisionada em um pedaço carbonizado de semideus morto. A náusea era pior do que qualquer enjoo que já sentira em uma viagem de carro. Ele não conseguia se mexer. Não conseguia ver nem ouvir. Só conseguia sentir dor.
Ele começou a entrar em pânico, pensando que talvez aquilo fosse seu castigo eterno.
Então alguém conectou cabos de bateria em seu cérebro e deu partida em sua vida.
Ele encheu os pulmões de ar e ergueu o corpo.
A primeira coisa que sentiu foi o vento no rosto, depois uma dor calcinante no braço direito. Ele ainda estava montado em Festus. Seus olhos voltaram a funcionar, e ele percebeu a grande agulha hipodérmica sendo retirada de seu antebraço. A seringa vazia vibrou, emitiu um zunido e se recolheu para o interior de um painel no pescoço de Festus.
— Obrigado, parceiro — Leo gemeu. — Cara, morrer é horrível. Mas a cura do médico? Esse troço é pior.
Festus estalou e chacoalhou em código Morse.
— Não, cara, é brincadeira — disse Leo. — Estou feliz por estar vivo. E, sim, eu amo você também. Você foi fantástico.
Um ronronar metálico atravessou todo o corpo do dragão.
Vamos às prioridades: Leo examinou o dragão à procura de sinais de dano. As asas de Festus estavam funcionando bem, apesar de a esquerda estar toda perfurada por disparos. O metal do pescoço estava parcialmente fundido, derretido pela explosão, mas o dragão não parecia prestes a cair.
Leo tentou se lembrar do que acontecera. Ele tinha quase certeza de ter derrotado Gaia, mas não fazia ideia de como estavam seus amigos no Acampamento Meio-Sangue. Com sorte, Jason e Piper haviam escapado da explosão. Leo tinha uma lembrança estranha de um míssil lançado em sua direção gritando como uma garotinha... Que diabos tinha sido aquilo?
Quando aterrissasse, teria que verificar a barriga de Festus. Os danos mais sérios provavelmente estariam nessa área, onde o dragão lutara corajosamente contra Gaia enquanto eles incineravam a lama que havia nela. Não tinha como saber havia quanto tempo Festus estava no ar. Eles precisavam descer logo.
O que levantou uma questão: onde estavam?
Abaixo, havia uma camada branca de nuvens. O sol brilhava diretamente acima deles, em um céu azul límpido. Então devia ser cerca de meio-dia... Mas de que dia? Quanto tempo Leo tinha ficado morto?
Ele abriu o painel de controle no pescoço de Festus. O astrolábio vibrava, e o cristal pulsava como um coração de neon. Leo verificou a bússola e o GPS, e um sorriso se abriu em seu rosto.
— Festus, boas notícias! — gritou. — As leituras do nosso sistema de navegação estão completamente embaralhadas!
Festus respondeu com um rangido metálico.
— É! Vamos descer! Vamos para baixo dessas nuvens e talvez...
O dragão mergulhou tão depressa que o ar foi sugado dos pulmões de Leo.
Atravessaram a camada branca e lá, abaixo deles, estava uma ilha verde isolada em um vasto mar azul.
Leo comemorou tão alto que provavelmente foi ouvido lá na China.
— É! QUEM MORREU? QUEM VOLTOU? QUEM É O GRANDE McDA HORA AGORA, PESSOAL? AÊÊÊÊÊÊÊ!
Eles desceram em espiral na direção de Ogígia, o vento quente batendo no cabelo de Leo. Ele se deu conta de que suas roupas estavam em farrapos, apesar de terem sido tecidas com magia. Seus braços estavam cobertos por uma fina camada de fuligem, como se ele tivesse acabado de morrer em um incêndio devastador... coisa que, é claro, de fato acontecera.
Mas ele não conseguia se preocupar com nada disso.
Ela estava ali na praia, de calça jeans e blusa branca, com o cabelo âmbar penteado para trás.
Festus abriu as asas e aterrissou desajeitadamente. Uma de suas pernas devia estar quebrada. O dragão tombou para o lado e jogou Leo de cara na areia.
Uma chegada nada heroica.
Leo cuspiu um pedaço de alga. Festus se arrastou pela praia, fazendo ruídos metálicos que significavam: Ai, ui, ai.
Leo olhou para cima. Calipso estava parada na frente dele, os braços cruzados e as sobrancelhas arqueadas.
— Você está atrasado — anunciou ela.
Seus olhos brilhavam.
— Desculpe, flor do dia — disse Leo. — O trânsito estava de matar.
— Você está coberto de fuligem — observou ela. — E conseguiu acabar com as roupas que fiz para você, que eram impossíveis de destruir.
— Bem, você sabe... — Leo deu de ombros. Ele sentia como se alguém tivesse jogado cem bolas de gude dentro de seu peito. — Fazer o impossível é comigo mesmo.
Ela lhe ofereceu a mão e o ajudou a se levantar. Eles ficaram cara a cara enquanto ela observava sua aparência. Calipso cheirava a canela. Será que ela sempre tivera aquela pequena pinta perto do olho esquerdo?
Leo queria muito tocá-la.
Ela torceu o nariz.
— Você está fedendo...
— Eu sei. Cheiro de morto. Provavelmente porque eu morri. Um juramento a manter com um alento final e tudo, mas agora estou bem...
Ela o interrompeu com um beijo.
As bolas de gude não paravam de se mover dentro dele. Leo estava tão feliz que teve que fazer um esforço consciente para não entrar em chamas.
Quando ela finalmente o soltou, seu rosto estava coberto de fuligem. Mas ela não pareceu se incomodar. Calipso passou o polegar pela bochecha dele.
— Leo Valdez — disse ela.
Mais nada, só o nome dele, como se fosse algo mágico.
— Sou eu — disse ele, com a voz rouca. — Então, hum... você quer deixar esta ilha?
Calipso deu um passo para trás. Ela ergueu a mão, e os ventos ficaram mais fortes. Seus criados invisíveis trouxeram duas malas e as puseram aos seus pés.
— De onde você tirou essa ideia?
Leo sorriu.
— Fez as malas para uma viagem longa, hein?
— Eu não tenho planos de voltar — Calipso olhou para trás, na direção da trilha que levava a seu jardim e à caverna onde morava. — Para onde você vai me levar, Leo?
— Primeiro, para algum lugar onde eu possa consertar meu dragão — decidiu ele. — E depois... para onde você quiser. Por quanto tempo eu fiquei longe?
— O tempo é uma coisa complicada em Ogígia — disse Calipso. — Pareceu uma eternidade.
Leo sentiu uma ponta de dúvida. Ele esperava que seus amigos estivessem bem. Esperava que não tivessem se passado cem anos enquanto ele voava morto por aí e Festus procurava Ogígia. Ele teria que descobrir. Precisava avisar a Jason, Piper e os outros que ele estava bem. Mas naquele momento não podia pensar nisso.
Calipso era uma prioridade.
— Quando deixar Ogígia — disse ele — você continua imortal, ou o quê?
— Não faço ideia.
— E não se importa?
— Nem um pouco.
— Então, tudo bem! — Ele se virou para seu dragão. — Parceiro, pronto para mais um voo sem destino definido?
Festus cuspiu fogo e começou a andar cambaleante.
— Então vamos decolar sem planos — disse Calipso. — Sem ideia de para onde vamos nem de que problemas nos esperam fora desta ilha. Muitas perguntas e nenhuma resposta concreta?
Leo levantou as mãos.
— É assim que eu voo, flor do dia. Quer que eu leve suas malas?
— Claro.
Cinco minutos depois, com os braços de Calipso ao redor de sua cintura, Leo fez Festus levantar voo. O dragão de bronze abriu as asas, e eles partiram para o desconhecido.

2 comentários:

  1. O melhor livro sobre mitologia que eu lê

    ResponderExcluir
  2. Pensei que teria premiação para os 7 depois da missão, assim como teve no final de O ultimo Olimpiano...

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita. Que tal deixar um comentário?

:) :( ;) :D ;;-) :-/ :x :P :-* =(( :-O X( :7 B-) :-S #:-S 7:) :(( :)) :| /:) =)) O:-) :-B =; :-c :)] ~X( :-h :-t 8-7 I-) 8-| L-) :-a :-$ [-( :O) 8- 2:-P (:| =P~ #-o =D7 :-SS @-) :^o :-w 7:P 2):) X_X :!! \m/ :-q :-bd ^#(^ :ar!

Percyanaticos BR / baseado no Simple | por © Templates e Acessórios ©2013